Em 2008, tomei conhecimento da profissão. Era raro encontramos Coaches e principalmente escolas de formação. Na época, o foco era desenvolvimento de executivos. Resolvi deixar para lá, pois não era o meu público e também estava completamente fora da minha realidade financeira.
O tempo passou e o Coaching popularizou com o surgimento de diversas escolas, sendo algumas delas com apelos de marketing muito fortes. "Transforme sua vida", "Fique rico" e assim vai.
Essa é a primeira armadilha:
Ficar rico com o Coaching
É possível ganhar muito dinheiro, mas não é nada fácil. Ainda mais num mercado tão concorrido, com tantos Coaches formados. Conquistar autoridade e relevância requer muita perseverança e dedicação.
É preciso desviar dos apelos de marketing utilizados em excesso por alguns cursos de formação. Nada virá fácil, por mais que o curso trabalhe o empoderamento do aluno. Na hora que a "ficha cai", ele percebe que aquele certificado internacional é só um pedaço de papel que muitos também possuem. É necessário estudar muito para buscar a diferenciação.
2. Não há exigência nenhuma de escolaridade ou conhecimentos anteriores sobre desenvolvimento humano
Quem já fez alguma formação deve lembrar que na sua turma existia uma infinidade de formações acadêmicas. Na certa, são pessoas interessadas no desenvolvimento humano ou apenas no seu próprio.
Mas ter interesse é diferente de ter conhecimento prévio ou "vocação". Um exemplo que é muito claro: a linha tênue entre a Psicologia e o Coaching.
Por mais que as escolas ensinem que Psicologia trata o passado e Coaching trata o presente e o futuro, não é tão simples assim.
O cliente, quando procura um Coach, ele não sabe se a questão que ele tem pode ser trabalhada por este profissional. Ou então durante a sessão, o cliente age como se estivesse em terapia. O Coach que não tiver a percepção de qual deve ser o seu papel, pode atuar de maneira muito equivocada, prejudicando a evolução do seu cliente.
Um bom Coach precisa ter ciência que ele atua com o lado saudável das pessoas. Contudo é muito normal que durante as sessões, ocorram desabafos que podem indicar a necessidade de uma terapia. Nesse caso, o correto é que ocorra o encaminhamento e o processo talvez tenha que ser interrompido.
Mas como falar isso para um Coach que não tem tantos clientes na sua agenda? Muitos até fecham os olhos para essa questão e continuam atuando.
Se o conceito do Coaching é ajudar o cliente a alcançar a sua meta, como que ele irá fazer este percurso e obter os resultados desejados se estiver, por exemplo, com uma depressão? Difícil conseguir êxito sem o tratamento adequado.
3. As formações possuem duração muito rápida.
Não são 3 dias, nem 1 semana, nem 1 mês. Um bom Coach é aquele que não para de estudar. Lidar com pessoas é algo extremamente complexo e não é possível acreditar que apenas um curso nos habilitará.
Eu sou formada em Psicologia e fiz 5 anos de graduação. Ainda assim, não saí pronta da faculdade. E não somente eu. Várias colegas engataram em cursos complementares e a caminhada foi árdua.
Particularmente eu gosto e acredito muito no Coaching (tenho duas formações) e penso que existem profissionais excelentes no mercado, que muitas vezes acabam desvalorizados por causa daqueles que não atuam da maneira correta.
Quero te pedir o seguinte: Não se desiluda com essa profissão. Se você deseja ser Coach, tenha em mente que deverá estudar muito, inclusive sobre Psicologia (para compreender bem a diferença). Precisa ter em mente que o resultado é colhido com o tempo e que fórmulas mágicas vendidas por aí não existem.
E uma última dica: faça um processo de coaching com um profissional sério, com boas referências. Se você acha que um processo desses é "caro", o mesmo pensarão do seu trabalho quando estiver atuando. É essa energia que você pretende atrair?
Eu sempre indico a Simone Sebrian, que foi minha Coach e que conheço muito bem o trabalho. Ela não para nunca de se atualizar e tem um enorme cuidado com seus clientes e os encaminha para terapia sempre que necessário.
Enfim...profissionais mal preparados existem em todas as áreas. Somente precisamos tomar cuidado para não fazermos parte desse grupo.
Isabela Cavalheiro
Diretora do Grupo Trhoca
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