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Desemprego, seja bem vindo!

“Eu não imaginava que você fosse chegar. Já estava há alguns anos na empresa e sinceramente pensava que nunca alguém poderia fazer o que eu fazia. Mas veio a vida para me provar o contrário.


De repente, fui dispensado. Me alegaram corte de custos, mas será que é só isso? Será que eu fiz algo errado? Logo eu, que achava que era tão bom profissional...

A vida me deu a oportunidade de ficar desempregado. Talvez eu tenha que aprender algo com minha atual situação.


A primeira coisa que percebi foi que algumas pessoas se afastaram de mim, enquanto outras se mostraram solidárias. Mas se eu parar para pensar, será que quando eu estava trabalhando, as coisas não funcionavam assim? Sim, na vida sempre temos as pessoas que somem e outras que aparecem. Então não vejo tanta diferença.


Noto que alguns me olham com pena. Claro que estou preocupado e me sentindo desconfortável. Mas não sou um coitado! Graças a Deus, tenho boa saúde para correr atrás de um novo trabalho.


Bom, e por onde devo começar, amigo desemprego?


AMIGO??? Sim, amigo. Quero que o desemprego seja o meu aliado e que me ensine muitas coisas. Afinal, que opção eu terei???


Currículo...Terei que encontrar o meu de 3 anos atrás e atualizar. Opa! Estou me dando conta que faz muito tempo que não faço um curso de atualização. Será que isso vai ser um problema?


Agora, com material atualizado, vou me cadastrar nos sites e atualizar meu perfil no Linkedin. Aliás, farei melhor: vou transformar o desemprego no meu novo trabalho! Sim, trabalho em home office!!! Como qualquer trabalho nesta modalidade, exige muita disciplina.


Todos os dias de manhã, vou me organizar para olhar as vagas disponíveis e me candidatar àquelas que estão no meu perfil. Também vou dedicar parte do meu tempo para ajudar meus colegas empregados ou desempregados, com meus conhecimentos. Afinal, tenho 10 anos de experiência e acho que algumas pessoas estão em situação pior do que a minha.


Também vou participar mais ativamente nas redes sociais. Vou contribuir com minhas ideias em debates que tenham assuntos relacionados à minha área e vou estabelecer novos contatos. Vou também participar de palestras, pois assim que agregarei novos conhecimentos e farei novos contatos.


Acredito que o desemprego me ajudará a desenvolver algumas competências:


- Resiliência: sei que levarei vários “nãos” e por algumas vezes serei “esquecido” na recepção ou serei entrevistado de qualquer jeito. Mas ainda assim terei que encontrar forças para superar os momentos ruins.


- Relacionamento interpessoal: eu não sou uma pessoa interesseira e tenho muito receio das pessoas me rejeitarem por acharem que estou atrás delas só para conseguir um emprego. Mas vou me esforçar para quebrar este paradigma. Afinal, sei que posso fazer amigos para a vida toda e não vou me importar se as pessoas que eu conhecer estão melhores ou piores do que eu. Eu quero mesmo é conhecer pessoas.


- Objetividade e Comunicação: terei que treinar para falar a coisa certa em curto espaço de tempo. Percebo que nos networkings as apresentações precisam ser curtas e impactantes. O mesmo acontece nas entrevistas de emprego.


- Organização e disciplina: terei realmente que ficar atento para cumprir com meus planejamentos diários. Minha intenção é anotar todas as vagas para as quais eu me candidatar. E então, eu marco aquelas que eu fui chamado para entrevistas e as que não fui. Vou anotar todas as informações necessárias, pois sei que no final, terei indicadores que vão me mostrar quais semanas foram boas e quais não foram. Essa rotina me ajudará a avaliar a minha performance.


Coisas que não irei fazer:

- Não vou sair pedindo emprego para todo mundo. Acho que primeiro tenho que mostrar que eu sou bom, até alguém me perguntar o que faço profissionalmente.

- Não vou panfletar o meu currículo, pois sei que acabo jogando fora os panfletos que recebo no farol. Penso que poderão fazer o mesmo com o meu currículo.

- Não vou me fazer de coitado para ninguém. Afinal, eu não sou um. Estou desempregado apenas, e qualquer pessoa pode ficar desempregada.


Ah! E com o desemprego, terei que fazer um bom planejamento financeiro para não ficar sem dinheiro. Vou estipular um percentual das minhas verbas rescisórias apenas para cursos de capacitação e atualização. Também reservarei dinheiro para transporte e internet.


Sei que vou ter que ser paciente e que o bom emprego pode demorar. Mas acredito no meu potencial e me manterei otimista. Quero aprender muito com você, amigo desemprego. Se eu ficar com raiva de você, o que será de mim?

Acho que sairei dessa situação como uma pessoa melhor, não só como ser humano, mas também mais forte.


Este é o meu mais novo desafio!”


Essa história é fictícia, mas baseada em fatos reais.


Isabela Cavalheiro

CEO/Fundadora do Grupo Trhoca

Psicóloga e Orientadora Profissional

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